O que aprender da atual geopolítica
- Luis Alcubierre
- 10 de fev.
- 2 min de leitura
Com a chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, temos assistido a uma transformação fascinante e polêmica na cena geopolítica. Sob o lema "Make America Great Again", Trump passou a adotar uma estratégia ousada e agressiva para reerguer a indústria norte-americana e impulsionar a economia do país.
No entanto, essa abordagem rapidamente encontrou três "vítimas" de peso: Canadá, México e China. Há um paradoxo nisso. Eles são aliados e rivais ao mesmo tempo, foram colocados sob pressão com a implementação de tarifas e a renegociação de acordos comerciais - num esforço para trazer de volta indústrias perdidas e proteger empregos americanos - , mas possuem economias robustas e também são capazes de influenciar a política e a economia globais. Já no primeiro round, a decisão das tarifas foi adiada por um mês. Na política internacional, não há ações sem consequências porque aquele que atira pedras também tem telhado de vidro. Esse movimento de Trump mostra ser uma faca de dois gumes; enquanto tenta resolver problemas comerciais, os Estados Unidos enfrentam suas próprias vulnerabilidades.
Os esforços veem à tona num período em que a desunião política e social, o aumento da dívida nacional e a queda na hegemonia industrial se tornam evidentes. Soma-se a isso o crescente desafio representado pela China, que ocupa uma posição cada vez mais dominante no cenário global. O saldo da balança comercial chinesa atingiu um recorde histórico no ano passado, chegando a quase US$ 1 trilhão. O que se vê reflete um padrão por vezes observado na história: impérios em declínio. Assim como aconteceu com Roma e os impérios Otomano e Britânico, as indicações são de que os Estados Unidos podem estar entrando em uma fase de desgaste e reestruturação global.
Se olharmos atentamente, há lições vitais a serem aprendidas a partir desse teatro. Quando confrontados por sinais de colapso, seja em nível pessoal ou corporativo, temos a oportunidade de nos adaptar antes que a crise se instale. O que vemos hoje é um lembrete de que diálogos construtivos deveriam sempre prevalecer sobre ameaças e ressentimentos e de que precisamos nutrir a capacidade de pensar coletiva e estrategicamente para minimizar conflitos.
Ao acompanharmos essas complexas tramas geopolíticas, ganhamos uma perspectiva que vai além das fronteiras, aplicando-a também ao nosso cotidiano, nas dinâmicas pessoais e profissionais. Ao explorar a adaptação e a cooperação contínua, não só atravessamos tempos de adversidade, como prosperamos neles. Estamos diante de uma oportunidade única de aprendizado sobre como navegar em estratégias e no comportamento humano durante períodos de incertezas e transição.
Não digo que seja fácil e rápido, mas o que mais derruba um império, um país, uma empresa, o que seja, não são as variáveis externas, mas sobretudo a incapacidade interna de se construir o longo prazo com o somatório de ideias a cada ciclo.

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