A comunicação que move líderes
- Luis Alcubierre

- há 15 horas
- 2 min de leitura
Ao longo dos anos, aprendi que executivos não se transformam por acúmulo de técnicas, e sim por expansão de consciência. O que realmente muda um líder é quando ele passa a enxergar, com nitidez, as dinâmicas invisíveis que moldam decisões: os vieses, os impulsos, os ruídos culturais, as pressões silenciosas, os medos não declarados.
Quando isso se torna mais evidente, a comunicação deixa de ser um instrumento e passa a ser um sistema de navegação. E é aí que a mentoria ganha sentido, não como um “treinamento”, mas como um espaço estratégico para reorganizar a forma de pensar, interpretar e agir.
Muitos CEOs e líderes seniores não procuram ajuda por falta de competência. Ao contrário. Chegam maduros, experimentados, inteligentes. Mas, em geral, carregam o mesmo dilema: a comunicação não acompanha mais a velocidade, a ambiguidade e o nível de responsabilidade que o cargo exige.
Tomam decisões importantes, mas não necessariamente conseguem sustentá-las. Lideram equipes grandes, mas nem sempre direcionam o ambiente emocional. Vivem crises, internas e externas, que exigem leitura fina, presença, serenidade e método.
E é aí que, muitas vezes, nos encontramos. É no ponto exato em que a liderança percebe que precisa de uma nova conversa consigo mesma e com o mundo ao redor.
A boa mentoria de comunicação, aquela que faz diferença real, não trata de “falar melhor”, mas de pensar melhor para, então, comunicar com domínio do jogo. Ela mexe na forma como o executivo interpreta sinais, percebe tensões, constrói narrativas, diferencia urgências de ansiedade e transforma ruído em direção.
É um trabalho profundamente humano. Porque por trás de cada líder existe uma pessoa tentando conciliar expectativas, pressão, ambições e medos. E não há estratégia eficaz sem essa camada de humanidade ativa, consciente e bem cuidada.
Ser contemporâneo na abordagem não é usar jargões da moda, mas reconhecer que vivemos um ambiente onde liderança não se sustenta sem inteligência relacional, leitura política, ética aplicada e coragem para conversas difíceis.
Ser diferente é ajudar o líder a ver o que ele não vê. Ser eficaz é ajudá-lo a agir a partir disso.
E essa é a beleza do processo: quando a comunicação vira método, a liderança deixa de reagir ao tabuleiro e passa a influenciar os próximos movimentos.
Por isso sigo acreditando que, independentemente da posição, idade ou maturidade, todo líder se beneficia de uma mentoria que amplie sua capacidade de ler crises, projetos, relações, tensões, confrontos e volatilidades.
É um investimento que vai além da carreira. Afeta a maneira de estar no mundo e de conduzir pessoas. No fim, não se trata de “melhorar a fala”, mas de elevar a presença. E presença, quando genuína e estratégica, muda carreiras, decisões e destinos.

Foto: Paolo Chiabrando | Unsplash





























































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