O novo normal
- Luis Alcubierre
- 8 de jun.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 7 dias
Cada vez que dizem que “a idade chegou”, Djokovic e Cristiano Ronaldo respondem em quadra e em campo, deixando críticos sem palavras e a torcida batendo palmas. Dois atletas que derrubaram o calendário pelo talento, disciplina e obsessão por vencer. Djokovic, aos 38 anos, chegou a mais uma semifinal de Grand Slam, em seu impressionante recorde de 48 semifinais em torneios Major, dos quais é o recordista histórico. Só não foi a mais uma final porque perdeu para o atual número 1 do mundo, Jannik Sinner. Cristiano Ronaldo, aos 40 anos, segue acumulando números irreais. Foi dele o gol fundamental que empatou a final da Nations League da UEFA (depois vencida nos pênaltis por Portugal contra a Espanha), somando na carreira impressionantes 35 títulos oficiais e mais de 939 gols - marcas que ultrapassam gerações e desafiam a lógica do tempo.
O que essas lendas nos ensinam vai além das estatísticas: mostram que o limite está bem mais na cabeça de quem julga do que no corpo ou na mente de quem é julgado. A ciência, o foco e o trabalho são tão determinantes quanto o talento puro e, ao contrário do que sugere o senso comum, longevidade e excelência deixaram de ser coisas raras para se tornar a nova normalidade entre os maiores do esporte.
Para responder àqueles que acham que estamos falando de exceções e não de uma regra que se consolida, aqui vão apenas alguns exemplos: Dara Torres, medalhista olímpica na natação aos 41 anos; Tom Brady, campeão do Super Bowl aos 43; Kelly Slater, campeão mundial de surfe aos 50; Jeannie Longo, campeã mundial de ciclismo aos 48; Bernard Hopkins, campeão mundial de boxe aos 49; Oksana Chusovitina, finalista olímpica da ginástica aos 46; Kazu Miura, ainda jogando profissionalmente aos 57; Chris Horner, vencedor da Volta da Espanha aos 41; e dezenas de outros nomes que mantêm viva a certeza: só envelhece quem para.
O mais curioso: essa revolução não se limita ao esporte. Não faz sentido, ouso dizer - é quase insano-, que empresas e a sociedade insistam em descartar o talento e o conhecimento de quem já foi visto como "fora do jogo", apenas porque envelheceu. Hoje, nossa expectativa de vida produtiva é três vezes maior do que era há um século.
O tempo em que vestir pijama e assistir TV era destino compulsório ficou para trás. Nunca a experiência valeu tanto. Nunca foi tão relevante continuar no jogo.

コメント