O presente de Natal do Sicredi
- Luis Alcubierre

- há 21 horas
- 2 min de leitura
Em pleno final de ano, quando “prosperidade” se torna palavra de ordem em campanhas, brindes e discursos, talvez valesse a pena dar um passo atrás. Não para recitar clichês, mas para questionar: o que realmente desejamos quando falamos em prosperidade?
Foi com essa curiosidade que o Sicredi encomendou uma pesquisa ao Instituto Datafolha. O objetivo? Entender como os brasileiros definem prosperidade.
Os resultados desmontam a ideia de que prosperar é apenas acumular riqueza. Segundo o levantamento, o que pesa na percepção de prosperidade são quatro dimensões: a econômica (base para garantir acesso, oportunidades e segurança); mas também a psicológica (bem-estar emocional, autoestima, autonomia); a espiritual (propósito, sentido de vida, crenças); e a social (vínculos, comunidade, pertencimento).
O dinheiro, embora importante, foi interpretado muito mais como meio e não como fim. Ele abre portas para educação, saúde, moradia, liberdade de escolha, mas não substitui aquilo que, em última instância, nos faz sentir vivos: a paz interior, o sentido, as relações significativas e o sentimento de pertencimento.
Curiosamente, a pesquisa revela que a autopercepção de prosperidade não se limita às faixas mais abastadas. Muitos brasileiros com renda modesta também se consideram prósperos, evidenciando que a sensação de bem-viver se apoia menos em cifras e mais em equilíbrio, propósito e comunidade.
Para o Sicredi, cooperativa que se posiciona como agente de “construção conjunta de uma sociedade mais próspera”, esse exercício de escuta vai além do marketing. É a base para orientar suas ações de forma alinhada com o que as pessoas realmente valorizam e a instituição acredita.
Queria aproveitar a ideia e fazer um convite a cada leitor. Convido a se perguntar, com sinceridade, o que para você significa prosperidade. É um bom salário? Uma carteira robusta de investimentos? Talvez. Mas e se for antes de tudo tranquilidade mental? Tempo com quem amamos? Propósito no trabalho? Sentir-se útil, conectado, parte de algo maior?
Penso que muitas vezes erramos ao buscar o sonho da prosperidade nos objetivos alheios, nas famosas métricas que a sociedade ou o mercado insistem em nos empurrar. O problema é que ao fazê-lo, esquecemos de escutar o nosso próprio desejo, nossa própria definição.
Neste fim de ano, a generosidade do Sicredi está no convite à reflexão. Que cada um de nós aproveite essa oportunidade para redefinir o significado de prosperar, de modo que a conquista não seja exclusiva de quem tem dinheiro, mas de quem encontra propósito.
Prosperidade de verdade, especialmente para quem vive sob a lógica de metas, resultados e entregas constantes, talvez esteja menos nas conquistas e mais nas relações cuidadas, no equilíbrio preservado e na autenticidade mantida.
A vida vale muito mais a pena quando o gosto amargo da pressão dá lugar ao doce sabor da lucidez e da maturidade.






























































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