top of page

O presente de Natal do Sicredi

Em pleno final de ano, quando “prosperidade” se torna palavra de ordem em campanhas, brindes e discursos, talvez valesse a pena dar um passo atrás. Não para recitar clichês, mas para questionar: o que realmente desejamos quando falamos em prosperidade?


Foi com essa curiosidade que o Sicredi encomendou uma pesquisa ao Instituto Datafolha. O objetivo? Entender como os brasileiros definem prosperidade.


Os resultados desmontam a ideia de que prosperar é apenas acumular riqueza. Segundo o levantamento, o que pesa na percepção de prosperidade são quatro dimensões: a econômica (base para garantir acesso, oportunidades e segurança); mas também a psicológica (bem-estar emocional, autoestima, autonomia); a espiritual (propósito, sentido de vida, crenças); e a social (vínculos, comunidade, pertencimento).



O dinheiro, embora importante, foi interpretado muito mais como meio e não como fim. Ele abre portas para educação, saúde, moradia, liberdade de escolha, mas não substitui aquilo que, em última instância, nos faz sentir vivos: a paz interior, o sentido, as relações significativas e o sentimento de pertencimento.



Curiosamente, a pesquisa revela que a autopercepção de prosperidade não se limita às faixas mais abastadas. Muitos brasileiros com renda modesta também se consideram prósperos, evidenciando que a sensação de bem-viver se apoia menos em cifras e mais em equilíbrio, propósito e comunidade.


Para o Sicredi, cooperativa que se posiciona como agente de “construção conjunta de uma sociedade mais próspera”, esse exercício de escuta vai além do marketing. É a base para orientar suas ações de forma alinhada com o que as pessoas realmente valorizam e a instituição acredita.


Queria aproveitar a ideia e fazer um convite a cada leitor. Convido a se perguntar, com sinceridade, o que para você significa prosperidade. É um bom salário? Uma carteira robusta de investimentos? Talvez. Mas e se for antes de tudo tranquilidade mental? Tempo com quem amamos? Propósito no trabalho? Sentir-se útil, conectado, parte de algo maior?


Penso que muitas vezes erramos ao buscar o sonho da prosperidade nos objetivos alheios, nas famosas métricas que a sociedade ou o mercado insistem em nos empurrar. O problema é que ao fazê-lo, esquecemos de escutar o nosso próprio desejo, nossa própria definição.


Neste fim de ano, a generosidade do Sicredi está no convite à reflexão. Que cada um de nós aproveite essa oportunidade para redefinir o significado de prosperar, de modo que a conquista não seja exclusiva de quem tem dinheiro, mas de quem encontra propósito.


Prosperidade de verdade, especialmente para quem vive sob a lógica de metas, resultados e entregas constantes, talvez esteja menos nas conquistas e mais nas relações cuidadas, no equilíbrio preservado e na autenticidade mantida.


A vida vale muito mais a pena quando o gosto amargo da pressão dá lugar ao doce sabor da lucidez e da maturidade.

ree

 
 
 

Comentários


+ Recentes
Arquivo
Busca por Tags
Siga-me
  • LinkedIn Social Icon

© 2015 - 2025 | Luis Alcubierre
criado com w
ix.com

 

  • LinkedIn
Luis Alcubierre
bottom of page