O silêncio de sonhos interrompidos
- Luis Alcubierre
- 21 de fev.
- 2 min de leitura
Era uma noite como tantas outras. O céu escuro, pontilhado de estrelas, parecia testemunhar o movimento silencioso da vida. Um ônibus seguia pela estrada, levando jovens universitários para casa, como sempre fazia. Só que naquela noite quem chegou foi um destino incompreensível. A colisão foi rápida, violenta, e o silêncio que se seguiu foi mais pesado do que qualquer ruído. Doze vidas se foram, de repente, como se alguém tivesse apagado uma luz sem aviso.
Entre os mortos, havia sonhos que nunca seriam realizados. Um deles talvez sonhasse em ser médico, curar doenças, salvar vidas. Outro, quem sabe, queria ser professor, inspirar, plantar sementes de conhecimento. Havia também aqueles que ainda talvez não soubessem o que se tornariam, mas estavam lá, buscando, descobrindo, vivendo. Tudo isso interrompido em um instante.
Os perfis nas redes sociais, antes cheios de fotos, mensagens, sorrisos, agora estão congelados no tempo. Não haverá mais atualizações, não haverá mais posts. Os pais, os amigos, os amores, ficam olhando para aquelas telas, esperando algo que nunca mais virá. E os perfis que ainda não foram criados? As histórias que nunca serão contadas? As carreiras que nunca serão construídas? Tudo isso se perdeu naquela noite.
Os aprendizados que não vieram, as descobertas que não foram vividas, os abraços que não foram dados. Tudo isso pesa no coração de quem ficou. E o que dizer dos pais? Aqueles que viram seus filhos saírem de casa pela manhã, cheios de planos, agora lidam com o vazio de um quarto que nunca mais será ocupado.
A vida é frágil, tão frágil. Um segundo pode mudar tudo. E é por isso que precisamos valorizar o aqui e agora. Cada momento com os filhos, cada risada, cada conversa, cada abraço. Não sabemos o que o amanhã nos reserva, mas podemos fazer o hoje valer mais a pena.
Quantas vezes deixamos o celular, o trabalho, as preocupações, nos afastarem do que realmente importa? Quantas vezes deixamos de dizer "eu te amo" porque achamos que haverá tempo? Quantas vezes deixamos de abraçar, ouvir, de estar presente? A história daqueles jovens nos lembra que o tempo é precioso demais, que cada instante é um presente. Não podemos desperdiçá-lo com brigas, com distrações, com coisas que não importam. Precisamos estar presentes, de corpo e alma, para aqueles que amamos.
Então, hoje, ao ler essa história, pare. Olhe para os seus filhos, para os seus pais, para os seus amigos. Diga o que precisa ser dito, faça o que precisa ser feito. Não espere o amanhã, porque ele pode nunca chegar. A vida é feita de momentos, e cada um deles é uma chance de amar, de cuidar, de estar junto. Façamos valer o agora, porque é tudo o que temos.

Comments