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O peso e a poesia das despedidas

Despedir-se é uma das experiências mais humanas que existem. É um gesto silencioso que carrega uma carga emocional quase impossível de traduzir por completo. Pode vir como um alívio, como um lamento, como uma necessidade ou até como uma libertação. Mas ela, a despedida, definitivamente nunca é leve.


Despedimo-nos de pessoas, de lugares, de ciclos, de versões de nós mesmos. Às vezes a despedida vem em forma de luto, quando alguém que amamos parte e somos obrigados a reorganizar o mundo sem sua presença; outras vezes, é uma escolha: um país que se deixa para trás em busca de recomeço, uma empresa que já não reflete mais nossos valores, um cargo que já não nos desafia. Há também despedidas que são quase invisíveis, como quando nos damos conta de que já não somos mais quem éramos ontem.


É curioso como, mesmo sabendo que tudo tem um fim, insistimos em nos surpreender com a chegada dele. Talvez porque cada fim nos lembre, com delicadeza ou brutalidade, que estamos vivos. Mas despedir-se, por mais doloroso que seja, é também um gesto de coragem. Requer maturidade para entender que ciclos se encerram, que algumas rotinas já não fazem sentido, que algumas presenças vão se transformar em memórias. E que, apesar de tudo, a vida continua. Não do mesmo jeito, mas continua.


Por isso, há também beleza nas despedidas. Porque elas marcam a importância do que passou. Porque elas nos fazem lembrar. E porque, quase sempre, elas abrem espaço para recomeços.



 
 
 

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