top of page

A validação está em nós

No final de semana, aprendi uma lição sobre espaços de validação em uma aula de teatro. Em meio a personagens e cenários, percebi que muitas vezes buscamos a aprovação externa para definir o valor do que vivemos e sentimos.


Em uma manhã de 2007, um dos maiores violinistas do mundo, Joshua Bell, entrou na estação L'Enfant Plaza, em Washington, e tirou do estojo um violino de US$ 4 milhões feito à mão em 1713 pelo luthier italiano Antonio Stradivari. Bell vestia jeans, uma camiseta de manga comprida e um boné de beisebol do Washington Nationals. Durante 45 minutos, fingiu ser um músico de rua. Tocou com todo o seu coração para mais de mil pessoas que passaram pela estação durante esse tempo, em um dos ambientes mais bem-educados dos EUA. De todas elas, apenas sete pararam para ouvir sua música, mesmo que por um minuto. Ele arrecadou US$ 32. Dias antes havia se apresentado para mais de 2.600 pessoas no Symphony Hall em Boston, com ingressos custando em média US$ 1.000.


O experimento social tem alguma relação com outra experiência, desta vez ocorrida em São Paulo, em 1992. O Teatro da Vertigem, sob a direção de Antônio Araújo, estreou naquele ano a peça "O Paraíso Perdido". Diferentemente de um palco, a obra foi apresentada na Igreja de Santa Ifigênia, no centro da capital paulista. Em 1995, a mesma companhia apresentou "O Livro de Jó" em um hospital desativado, o Humberto Primo. Essas montagens desafiaram a tradição teatral ao ocupar espaços não convencionais, provocando reflexões sobre a interação entre arte e ambiente.


Essas histórias deveriam nos levar a valorizar o que sentimos genuinamente, ao invés de esperar que o ambiente molde nossas emoções e percepções. Devemos ser nossos próprios espaços de validação. Quando aprendemos a dar valor ao que ecoa internamente, nos libertamos das correntes de aprovação alheia e encontramos, por fim, a autenticidade.


Deveríamos abraçar a verdadeira essência das experiências, guiados pelo coração, não pela encenação e os roteiros que tantas vezes nos sentimos obrigados a seguir.



 
 
 

Comments


+ Recentes
Arquivo
Busca por Tags
Siga-me
  • LinkedIn Social Icon

© 2015 - 2025 | Luis Alcubierre
criado com w
ix.com

 

  • LinkedIn
Luis Alcubierre
bottom of page