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IA e você: a nova dupla de criação

Sim, este não é o primeiro e também não será o último artigo a respeito do impacto da inteligência artificial na nossa área. Nesse imenso oceano, a chegada da IA e das novas tecnologias deixou de ser uma marola e se transformou em uma onda que está mudando a forma como pensamos, agimos e nos relacionamos institucionalmente. Para quem atua com Comunicação Corporativa e Relações Governamentais, o impacto saiu do puro operacional e entrou de vez no estratégico. Isso significa que não estamos falando só de ferramentas novas para acelerar o trabalho, mas de uma transformação profunda no papel do comunicador institucional, do articulador político e do gestor de reputação. A IA já redige discursos, analisa sentimentos em redes, aponta riscos regulatórios e monitora o ambiente político com uma agilidade antes impensável. Só que tem uma coisa: ela ainda não olha no olho, não sente a temperatura de uma reunião tensa, não articula interesses com sutileza, nem mede as consequências políticas de uma frase mal colocada.

Nos bastidores das organizações, a inteligência artificial está começando a substituir funções mais técnicas e repetitivas. Redatores de conteúdo padrão, analistas de clipping, geradores de relatórios ou produtores de apresentações genéricas estão entre os mais impactados. A velocidade com que essas tarefas são assumidas por algoritmos impõe uma revisão urgente do escopo. Em contrapartida, cresce a demanda por quem consegue cruzar dados, contexto e narrativa; por quem traduz o ruído digital em ação institucional inteligente. O estrategista de comunicação ou relações governamentais que souber usar a IA para se apoiar, e não se esconder, tende a sair na frente.

O futuro dessa área será ainda mais enxuto em equipes, mas muito mais exigente em capacidades humanas. As empresas já experimentam modelos com menos layers, onde um profissional mais sênior, bem informado, digitalizado e politicamente antenado, comanda operações inteiras, auxiliado por inteligência artificial e times pontuais. A palavra-chave é “curadoria”: de informação, de discursos, de riscos, de relações. A IA gera os blocos; o humano certo decide o que fica de pé. É nesse novo equilíbrio que mora a oportunidade para quem entende o jogo, mas não se recusa a aprender novas regras.

Esse não é um aviso apocalíptico, é um convite. Um convite à reinvenção responsável, com os pés fincados na ética e os olhos atentos ao futuro. As instituições continuarão precisando de bússolas humanas para navegar em mares cada vez mais automatizados. Mas essas bússolas precisarão se atualizar, entender o que muda, incorporar linguagem digital, aceitar o apoio das máquinas e, principalmente, continuar sendo confiáveis quando tudo ao redor parecer artificial.

A IA não vai acabar com a Comunicação nem com a RIG, mas vai deixar para trás quem insistir em operar como se nada estivesse mudando. A pergunta que se impõe, portanto, não é se a IA vai tomar o seu lugar. A pergunta é: você está disposto a se transformar para continuar sendo necessário?



 
 
 

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